Tomar a vacina não exclui a necessidade de manter-se fiel aos procedimentos rotineiros de prevenção e detecção do vírus.
Veja quais são eles:
Papanicolau :Com uma espátula, o médico colhe material do colo do útero e coloca em uma lâmina. Aí, é feita uma análise em microscópio. Não dá para identificar o vírus, mas é possível verificar se há alterações nas células.
Colposcopia :O colposcópio é um aparelho capaz de ampliar 20 vezes a imagem da vagina, da vulva, do colo do útero e do ânus. Para flagrar lesões, um líquido reagente é pincelado na mucosa. No caso dos homens, o exame correspondente é a peniscopia.
Biópsia: Quando os métodos anteriores acusam alguma alteração, retira-se uma pequena amostra do tecido suspeito. Mais uma vez, ela será analisada em microscópio.
Captura híbrida: O material do colo do útero é coletado com o auxílio de uma pequena escova, que, depois, é mergulhada em um líquido desenvolvido para conservar as células. Essa técnica acusa a presença do HPV mesmo se não houver sintomas e determina se o micro-organismo é de alto ou de baixo risco.
Novas técnicas :Já estão disponíveis procedimentos que denunciam os subtipos do HPV por meio da análise do seu DNA, apesar de poucos laboratórios oferecerem o serviço. A grande novidade no que diz respeito ao diagnóstico, no entanto, é um teste desenvolvido pelo cientista norueguês Frank Karlsen, especialista em biologia molecular e virologia. Ele consegue mostrar, entre as mulheres infectadas por vírus de alto risco, quais estão mais sujeitas ao desenvolvimento do câncer de colo do útero. “É quase certo que elas terão câncer se o exame der positivo”, disse o médico a SAÚDE!.
TRATAMENTO:
Entre as opções de tratamento estão laser, substâncias químicas, bisturi elétrico, cremes e pomadas cicatrizantes. E quem já cuidou de uma lesão por HPV sabe que é preciso paciência para dar fim ao problema. As verrugas, por exemplo, são tremendamente persistentes. Agora, se você acabou de descobrir que está entre as vítimas do vírus não deve se desespere. “Hoje existe o domínio total sobre o diagnóstico e o tratamento do HPV”, garante o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. Segundo o médico, tão importante quanto tratar a lesão é avaliar aspectos emocionais e imunológicos da paciente. Quer dizer: estresse, má alimentação e poucas horas de sono são grandes empecilhos para quem está em tratamento. O cigarro, não custa lembrar, deixa as defesas do corpo mais fracas, permitindo que o vírus fique firme e forte no organismo por mais tempo.
DUVIDAS:
Qual é a diferença entre HPV e herpes genital?
“Papilomavírus humano (HPV) e herpes (HSV) são vírus diferentes, responsáveis por doenças diferentes, sem relação entre eles, a não ser pelo fato de serem vírus”, afirma Sérgio Mancini Nicolau, ginecologista da Universidade Federal de São Paulo.
Posso transmitir o vírus mesmo sem lesões visíveis a olho nu?
Sim. Pode transmitir e pode pegar de outra pessoa nessa situação. Mesmo latente, ou seja, sem manifestação visível, o HPV tem poder de contaminar.
Alguns tipos de HPV provocam coceira e corrimento?
A infecção por HPV costuma ser assintomática. Os sintomas citados são inespecíficos e podem estar relacionados a outros agentes causais, especialmente os corrimentos, que costumam ter outra origem.
Contraceptivo oral é fator de risco para o câncer do colo do útero?
O contraceptivo hormonal, assim como o fumo, pode ser considerado um co-fator, que, associado ao papilomavírus humano, pode aumentar o risco de desenvolver o câncer do colo do útero.
Grávidas podem tomar a vacina?
Por enquanto, não. Ela até pode ser liberada para gestantes em breve. “Mas, como ainda não foram concluídos estudos sobre sua segurança em casos assim, ela é temporariamente contraindicada”, explica Gabriel Oselka, diretor da Clínica Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitária e em Imunizações (Cedipi).
E quem já passou da idade indicada para a vacinação, pode tomar?
Pode. Aliás, vale notar que a vacina, antes recomendada apenas para jovens de até 26 anos, agora já é indicada para mulheres até 45 anos -- o que faz tremendo sentido, já que costumam ser sexualmente ativas e, portanto, correm risco. O que pode acontecer com o passar do tempo é o seguinte: a mulher, talvez, já tenha contraído um dos tipos do vírus que a vacina contempla. Daí, claro, mesmo que tome a vacina contra quatro tipos de HPV, a famosa quadrivalente, a proteção não será total. Ainda assim, se não foi infectada por todos, valerá muito a pena.
Por quanto tempo o imunizante garante proteção?
Por cerca de 8 anos e meio, mas esse prazo ainda não é definitivo. A vacina é recente e não deu tempo para estabelecer a validade que pode ser maior.
Por que vacinar minha filha de 10 anos?
Ela provavelmente não entrou em contato com nenhum tipo do vírus, por isso o benefício será o melhor possível. A administradora paulista Roberta Fleury Alves Mesquita, 41 anos, que está na foto abaixo com a filha Rafaela, 11, vacinou a menina por orientação do pediatra. “A prevenção não tem idade”, diz. “Acho que um dia ela vai me agradecer por ter feito esse investimento para o seu bem.”
Fonte: Nelson Gaburo Júnior, chefe do Laboratório de Biologia Molecular do Diagnósticos da América/Revista Saúde/2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário