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domingo, 24 de janeiro de 2010

VAMOS FICAR MUITO ATENTOS COM TODOS ESTES ACONTECIMENTOS!!!!


BEM PESSOAL, AS VEZES O DITADO AQUELE NÃO CORRESPONDE A VERÁCIDADE DOS FATOS: " NEM TUDO QUE SE VE É VERDADE"

BEM MAS AS VEZES A VERDADE É NOS APRESENTADA TÃO NA CARA QUE NOSSOS OLHOS PARECEM ESTAR VENDADOS PARA O ÓBVIO....

O QUE POSTAREI AGORA NÃO É DE MINHA AUTORIA E SIM DE PESSOAS BEM MAIS IMPORTANTES E FONTES MAIS RESPEITADAS NÃO QUE ME ACHE ISTO, MAS SOU APENAS UM BLOGUEIRO QUE BUSCA REPASSAR OS FATOS NA MAIS PROFUNDA VERÁCIDADE....



Os EUA, ao lado de Canadá e a França conspiraram abertamente para derrubar o governo eleito do Haiti


Folha de São Paulo 19/01/2010 Tendências/Debates MARK WEISBROT
Os EUA, ao lado de Canadá e a França, conspiraram abertamente durantequatro anos para derrubar o governo eleito do Haiti MUITO TEMPO antes do terremoto, a situação do Haiti já era comparávelà de muitos sem-teto nas ruas de grandes cidades dos EUA: pobresdemais e negros demais para ter os mesmos direitos concretos queoutros cidadãos. Em 2002, quando um golpe militar que teve o apoio dos EUA afastoutemporariamente o governo eleito da Venezuela, a maioria dos governosno hemisfério reagiu rapidamente e ajudou a forçar o retorno dogoverno democrático. Mas, dois anos mais tarde, quando o presidentehaitiano democraticamente eleito, Jean-Bertrand Aristide, foisequestrado pelos Estados Unidos e levado de avião para o exílio naÁfrica, a reação foi fraca. Diferentemente dos dois séculos de saque e pilhagem do Haiti desde suafundação graças a uma revolta de escravos em 1804, da ocupação brutalpor fuzileiros navais dos EUA entre 1915 e 1934 e das incontáveisatrocidades cometidas sob ditaduras auxiliadas e apoiadas porWashington, o golpe de 2004 não pode ser relegado ao esquecimento,visto como nada mais que “história antiga”. Aconteceu há apenas seisanos e é diretamente relacionado ao esforço de ajuda e reconstruçãoque o presidente Obama está propondo agora. Os Estados Unidos, ao lado de Canadá e a França, conspiraramabertamente durante quatro anos para derrubar o governo eleito doHaiti, cortando quase toda a ajuda internacional ao país com oobjetivo de destruir sua economia e torná-lo ingovernável. Elesconseguiram. Para aqueles que se indagam por que não existem instituições governamentais haitianas para ajudar com os esforços de socorro e ajuda às vítimas do terremoto, essa é uma das grandes razões. Ou o porquê de haver 3 milhões de pessoas amontoadas na área atingida pelo terremoto. A política dos EUA ao longo dos anos também ajudou a destruir aagricultura haitiana, por exemplo, ao forçar a importação de arrozamericano subsidiado e eliminar milhares de plantadores de arrozhaitianos. O primeiro governo democrático de Aristide foi derrubado após apenassete meses, em 1991, por oficiais militares e esquadrões da morte que,mais tarde, se descobriu estarem a soldo da Agência Central deInteligência dos EUA. Agora Aristide quer retornar a seu país, algoque a maioria dos haitianos reivindica desde sua derrubada. Mas os EUA não o querem ali. E o governo Preval, que é completamentedependente de Washington, decidiu que o partido de Aristide - o maiordo Haiti - não será autorizado a concorrer nas próximas eleições(previstas originalmente para fevereiro). O medo que Washington tem da democracia no Haiti talvez explique oporquê de os Estados Unidos agora estarem enviando 10 mil soldados epriorizando a “segurança”, em lugar das necessidades de vida ou mortedos milhares de pessoas que precisam de atendimento médico urgente. Na manhã de domingo, o mundialmente renomado grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras queixou-se que um avião transportando sua unidade hospitalar móvel foi obrigado pelos militares americanos a mudar de rota, passando primeiramente pela República Dominicana. Isso custaria 24 horas cruciais e um número desconhecido de vidas. Essa ocupação militar por tropas dos EUA vai suscitar outraspreocupações no hemisfério, dependendo de quanto tempo elaspermanecerem - assim modo como a ampliação recente da presença militardos Estados Unidos na Colômbia vem sendo recebida com insatisfação edesconfiança consideráveis. Organizações não governamentais vêm levantando outras questões sobre a reconstrução proposta: compreensivelmente, querem que a dívidaremanescente do Haiti seja cancelada e que sejam feitas doações aopaís, e não empréstimos (o FMI propôs um empréstimo de US$ 100milhões). As necessidades da reconstrução chegarão a bilhões dedólares. Será que Washington vai incentivar o estabelecimento de um governo quefuncione? Ou vai impedi-lo, canalizando a assistência por meio de ONGse assumindo ele próprio várias outras funções, devido a sua oposiçãode longa data à autonomia do Haiti? O Brasil não segue a linha de Washington na América do Sul nem, maisrecentemente, o fez em Honduras, “quintal” dos Estados Unidos - onde ogoverno brasileiro defendeu em vão a restauração da democracia após ogolpe de 28 de junho, e a administração Obama, não. Por que não defender a democracia também para o Haiti, mesmo que Washington seja contra?

MARK WEISBROT, doutor em economia pela Universidade de Michigan, écodiretor do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington( http://www.cepr.net/ ). Tradução de Clara Allain .

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